Sexta-feira, 22 de Setembro de 2006
Depois de terem exigido ao governo que entregasse aos patrões um vasto conjunto de empresas públicas, entre as quais se incluía a TAP, a ANA e a EDP, os patrões organizados no Compromisso Portugal e capitaneados pelo director de campanha de Cavaco Silva, exigem agora o despedimento de 200 mil funcionários públicos. Leia o comunicado do Bloco de Esquerda O Compromisso Portugal, movimento de reflexão que hoje realiza a 2ª Convenção, propõe que o número de funcionários públicos seja reduzido em 200 mil, mais de um quarto dos actuais 737.774 funcionários. Os proponentes, que não fizeram nenhum estudo sobre o impacto social e os custos acrescidos para a Segurança Social, garantem que se pouparia até 5 mil milhões de euros por ano.
Os promotores António Nogueira Leite e Fernando Pacheco, autores do texto, pretendem fazer acompanhar esta vaga de despedimentos pela entrega de uma maior fatia da educação e da saúde aos privados: defendem um aumento de 12 para 25% da oferta de escolas privadas e de 23 para 35% do peso dos hospitais privados.
Entre as medidas que poderiam vir a ser adoptadas num programa de redução do número de efectivos da Administração Pública, os promotores defendem o fim do prolongamento dos contratos temporários em organismos que tenham pessoal excedentário e o preenchimento de lacunas com recursos internos.